quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Crónica de um louco sentimental - Guardado em Rascunhos



Se deixasse o meu coração falar, ainda que fosse baixinho, quanta coisa ele diria contra a minha vontade. Diria certamente que, por mais que a minha cabeça tente, ainda não te expulsei daqui de dentro. Contaria, sem possível margem de erro, as inúmeras vezes que fecho os olhos para te sentir mais perto. Falaria sobre os momentos em que me irritas, em que acho que não te quero, em que tento ignorar-te, em que me sufocas, em que me fazes sentir culpado, em que me fazes sentir inseguro.

Se deixasse o meu coração falar, ainda que fosse por segundos, quantas coisas que tu queres ouvir e eu pretendo calar, ele diria. Diria que gosto do teu olhar e da maneira como ele procura o meu. Diria ainda que quando eles - os nossos olhares - se encontram, o mundo à volta auto-destrói-se e o único barulho que existe somos nós que o fazemos. Falaria desse teu cheiro que tento afastar, desse teu sabor que tento apagar, desse teu toque que tento esquecer. Contaria, com precisão, as vezes que o meu corpo se contorce de desejo pelo teu.

Se deixasse o meu coração falar, ainda que fossem umas breves palavras, quantos posts não daria para escrever sobre esta confusão interior... pois enquanto os meus dedos se movem sobre as teclas, o coração move os meus dedos, na tentativa de ter voz! Não o deixarei falar por agora.

Guardado em rascunhos.

1 comentário:

  1. O melhor ate agora, sem qualquer sombra de duvidas. O relato na primeira pessoa e a personificação, tornam este texto cativante! Bom trabalho, continua.

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Gosto de ser o centro das atenções. odeio a solidão e o escuro. obcecado por música, criativo, bom gosto, realista, diferente. não faço este blog para no fim receber um aplauso, ou uma palmadinha nas costas. muito menos o faço para terem pena de mim ou para me armar em coitadinho. escrevo para vos mostrar que sou como qualquer outro ser humano. sorrio, choro, sonho, acredito, sinto, grito, suplico, escondo-me e fujo. tenho medo da realidade então confio demais no silêncio.

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